segunda-feira, 20 de setembro de 2010

NO CORAÇÃO DE UGANDA

Após uma semana de atividades na cidade de Kangulumira, nos confins de Uganda, após um culto animadíssimo (que começou às 8 da manhã e terminou às 15h) na igreja do Pr Stephen Sentongo, nos preparamos para uma boa caminhada em direção ao Rio Nilo, onde realizaríamos os batismos de dezenas de pessoas que haviam confessado a Jesus durante os dias da cruzada.

Era grande a animação. Tomamos os trilhos pelo meio do mato debaixo de um sol quase escaldante. Alguns proseavam, outros cantavam, enquanto uma imensa procissão fazia seu curso em direção às águas limpas, lindas e também perigosas, do lendário rio.

Eu havia pregado uma mensagem especial da parte de Deus para aquele povo e eles estavam visivelmente alegres, o que não é nada excepcional em se tratando de África. São alegres por natureza, mas podia perceber uma alegria diferente. Ainda que tenhamos referências de alegria, satisfação, felicidade, nada se compara quando a atmosfera do céu envolve uma comunidade que cultua o Deus vivo!

Pelo caminho, além das crianças que agarradas em minhas mãos, seguiam fazendo festa, outras que iam sendo encontradas, diziam em coro: "Muzungo, muzungo!" que significa algo como "branquelo." Em nenhum momento suas palavras carregavam a intenção da ofensa. Era a celebração da diferença e até da perplexidade, uma vez que alguns nunca tinham visto ou tocado um homem branco.

Chegamos finalmente às águas. Os nativos checaram a área cuidadosamente antes de entrarmos no rio. Fui com a mesma calça que havia pregado e com camisa, respeitando os códigos da cerimônia a partir do nosso costume no Brasil. Antes de entrarmos nas águas o Pr Sentongo, para minha surpresa, tirou calça, camisa, ficando só de calção, com um sorriso amplo, pegou na minha e disse: "Vamos Pr Luiz, vai começar." E assim eu entrei todo farisaico nas águas da humildade e simplicidade africana.

Como o grupo era grande, chamei também o Pr Ricardo Abreu para entrar nas águas e nos ajudar. Enquanto batizávamos o povo cantava ininterruptamente enchendo a mata ao redor com aquela incrível e inesquecível melodia. O missionário Alexandre que viajava conosco, de câmera em punho, registrava aquele momento fantástico.

Terminado o batismo da multidão, eu que já sempre fui fascinado por água, não pensei duas vezes. Dei um mergulho prolongado e começei a nadar vigorosamente, dando braçadas cheias de alegria e contentamento, grato a Deus pelo privilégio de estar ali naquele dia, com aquele povo. Minha satisfação foi interrompida por gritos que vinham da margem... era o Pr Sentongo qque acenava pedindo que eu voltasse imediatamente! Retornei sem saber exatamente o por que de tamanha agitação.

Disse a ele assim que saí arfando das águas: "Pastor, não se preocupe pois sei nadar bem!"
"Não é esse o problema pastor - retrucou ele - o problema são os crocodilos!" - E em seguida contou, para meu espanto - como crocodilos e hipopótamos matam dezenas de pessoas todos os anos ali mesmo naquela região. Meu encanto com águas lindas do rio acabou ali.

Fui informado que deveríamos nos dirigir para outro ponto do rio onde o acesso era mais fácil pois estavam trazendo uma senhora de 86 anos para eu batizar. Fomos levados a outro trecho belíssimo daquele rio encantador onde nos deparamos com dois jovens carregando uma senhora idosa em direção às águas. Chamei novamente o Pr Ricardo Abreu para descer comigo e juntos batizamos aquela irmã. Quando ela emergiu das águas os presentes irromperam em júbilo, gritando "aleluias" e "glórias!"

Tão logo terminamos os batismos, um chuva fina surgiu como que do nada causando em todos a impressão de que o Senhor estava fechando aquele momento com uma chuva de bênçãos sobre todos nós. Aqui e ali ouvia comentários que diziam: É chuva de bênção!

Partimos de Kangulumira no dia seguinte em direção a Kampala, de onde voaríamos para a África do sul. Ao decolar do aeroporto de Entebe, olhando a vista belíssima do imenso lago Vitória logo abaixo, senti uma ponta de saudade antecipada e naquele momento me certifiquei de que estavámos saindo de Uganda, mas Uganda jamais sairia de nós.

ISAIAS E ELIAS

A história da fé foi escrita por homens e mulheres incríveis. Alguns deles eram de nobre nascimento, a maioria não. Encontramos na história da fé profetas como Isaias, conhecido como um profeta palaciano, de linhagem nobre, acostumado a assentar-se à mesa com os reis... Por outro lado a história da fé tem muitos Elias, Eliseus, Amós, homens de origem humilde e sem recursos materiais.

Homens como Abraão, Isaias, Salomão, Isaias, Daniel, entre outros, não precisariam de uma ajuda financeira para o sustento de si e de suas famílias; Há, entretanto, na história da fé aqueles que, sem posses, precisam sim de ajuda... Eles não deixaram de existir. Os Amós de Deus, os Elias e Eliseus, estão espalhados por aí e precisam do suporte de pessoas com tenham o coração como o daquela Sunamita, que servia o profeta Eliseu.

A INTERNATIONAL FELLOWSHIP NETWORK existe para cuidar dos Amós, dos Eliseus de Deus. O Senhor colocou em nossos corações a incumbência de "tornar-lhes o fardo mais leve, para que possam andar mais rápido".  A IFN tem se esforçado para providenciar algum refrigério para esses pastores espalhados por países pobres da África e Janela 10/40. Muitos já tem sido abençoados mas há um número imenso que ainda necessita de apoio. Ajude-nos a estender nossa destra a esses queridos heróis da fé contemporâneos.